O agronegócio prevê estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) do setor para 2023, com crescimento entre 0% e 2,5%. Informação foi divulgada em coletiva de imprensa da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta quarta-feira (7). Empresários acreditam que a taxa base de juros, Selic, deve cair para 11%, ante os 13,75% praticados atualmente, e que o câmbio tende a permanecer nos mesmos patamares registrados em 2022.

Dentre as commodities citadas como assunto de atenção no próximo ano, a soja, o trigo e o milho devem ser as mais afetadas, com alta na produção, porém com queda nos preços. A estimativa para todas as outras é tendência de redução nas duas esferas.

“Os produtos do agronegócio não tendem a crescer muito no próximo ano. Podemos ter alta no volume da produção, mas não nos preços”, afirmou o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi. Além do cenário doméstico, o setor cita a guerra na Ucrânia como ponto de atenção para flutuações menores nos números em 2023.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) “pode elevar risco de endividamento do governo”, analisa a entidade. O presidente da CNA, João Martins, ponderou que a previsão de revisão no teto de gastos, vista por setores do mercado financeiro como um “risco à responsabilidade fiscal”, não é, necessariamente, um problema, mas depende de “uma análise” com base nos valores propostos.

A confederação voltou a defender reformas tributárias que “simplifiquem” o sistema atual, além de manterem o posicionamento favorável a reformas administrativas e políticas que “precisam ser priorizadas”. Questionada sobre o relacionamento entre o agronegócio e o próximo governo, a CNA reforçou que, no período eleitoral, apresentou propostas às candidaturas e não teme diálogo. No pleito, a entidade havia declarado apoio à reeleição de Jair Bolsonaro.